Mente – Conexão – Fraternidade – Cooperação
Por Kenio Nogueira

SOCIEDADE
A mente é algo conectado.
A maioria dos seres humanos vêm ou sentem as coisas separadas, desconectadas umas das outras, como se fossem independentes. Entretanto, não o são.
A mente é aquilo que conecta tudo, então? Não, absolutamente… e sim, precisamente.
A mente é o Todo e o Tudo. Ela é a própria conexão.
Se o Universo fosse uma corrente ela não seria os elos, mas a corrente. Entretanto, como a corrente é feita de elos também teria um pouco da corrente em cada um dos elos.
Aquele que vibra em harmonia com esta Mente – que é o próprio Universo – percebe e pensa o Todo. É o próprio Universo em miniatura.
O Universo vive dentro dele e ele se sente parte do Universo, ele é Uno com Ele como todos os seres são, mas apenas não se apercebem disso. Enquanto aquele percebe conscientemente tal conexão.
Ao passo que uns se percebem separados, desconectados do Todo, matam, destroem, aniquilam tudo que está pela frente. Pois, na ânsia inconsciente de se perceber conectado com algo maior, acham que têm o domínio de tudo. Dominar para se acalmar. Acalmar a fera rugidora que fala no fundo de suas almas e não permite que ouçam o silêncio magnífico do Som Universal. O Som Criador, inaudível, mas altíssimo, agudíssimo, para os de mente conectada.
A mente é o que conecta tudo que aparentemente se acha separado. Mas, é justamente ela que cria este mundo ainda que aparentemente desconectado, preso somente pelos elos mentais que ligam tudo e todos, desde as estrelas mais distantes até as areias mais profundas dos oceanos mais profundos, dos mundos mais escuros.
A mente é o que liga o plano dimensional mais sutil ao mais grosseiro. A mente liga o céu à Terra, e esta, de volta a Ele. O Universo é mental, diz o primeiro princípio hermético em O Caibalion.
O Amor é mental. O Amor é O Estado de Consciência.
Tudo é uma coisa só. Porque tudo está ligado pela mente que não para de pensar. Pensar é vibrar a matéria mental do Universo. Aquele que vibra na mesma frequência das ondas do Universo a este se percebe conectado. Aquele que pensa sob a vibração do Estado de Consciência do Amor Universal, neste se acha embebido. É o próprio Amor do mundo.
Tudo está unido pelo pensar do Cosmos, Logos. Se “Ele” parar de pensar tudo se dissolve. Tudo se desconecta.
Morte.
Apenas um sonido une tudo. Ouvir este sonido é ver a teia que liga toda a trama do tecido universal, desde o mais sutil até o mais denso. Desde o mineral até o que ainda não existe existindo na mente universal.
A maior dor da humanidade provém da ignorância deste assunto. As doenças físicas, psicomentais (em ebulição hoje) vêm do desconhecimento prático disso. A dor e o sofrimento vêm desta ignorância. Ignorância de si, da própria origem e ligação com o Todo.
Se tivessem tal consciência saberiam que uma pedra jogada num lago pode influenciar o movimento dos astros e que estes podem agir sobre as emoções humanas, tão suscetíveis a qualquer evento externo quanto a pupila à luz.
Se os homens se tratassem como seres conectados, como realmente são, saberiam que o que se faz a um, afeta a todos. Saberiam que aquilo que um faz ao todo, afeta a ele próprio. Entenderiam que aquilo que fazem à Terra, afeta o Universo. E, quando o Universo respira, balança a Terra.
Reciprocidade.

Saberiam que não se sai do ambiente terrestre, pois a Terra cobra seu resgate estando aqui tudo conectado e universalmente representado. Saberiam que falácias sobre viver em Marte e mudanças para outros planetas não passa de nuvem de fumaça para criar mais dinheiro… E assim continuar com seu impulso destruidor, dominador.
Ah homens! Crianças! Cooperação é a chave. Mas não a hipócrita cooperação. A verdadeira.
Uma cooperação que um sábio denominou de Cooperação Simbiótica. Aquela que concorre para a Felicidade de todos. E felicidade não se reduz ao simples bem-estar individual e social. Trata-se de uma Felicidade completa, inerente à vida humana, conectada com o Todo. A Felicidade integral, aquela que torna o ser completo em si mesmo. Por outra, uma Felicidade social derivada da abolição do carcomido sistema de concorrências que ainda prevalece hoje no mundo, onde “a felicidade de uns é amassada com a infelicidade de outros; a riqueza destes, com a fome daqueles” (DOMICIANI, 1954-1955). Trata-se de uma nova Vida na Face da Terra, onde é imperioso que a Felicidade de todos seja resultante do novo sistema de cooperação simbiótico-social, “isto é, que cada um possa melhorar e conquistar a (sua própria) felicidade, em proporção àquela que traz aos demais” (DOMICIANI, 1954-1955). Um sistema de cooperação onde não há lugar para o parasitismo social ora vigente, em que uma minoria tem tudo ou quase tudo e a maioria fenece sem nada ou com grande dificuldade. Nesse novo sistema de cooperação social o que prevalece é a paz, o amor-sabedoria e a verdade, fazendo Justiça, que vivem no coração de todas a criaturas.
O dia está chegando em que a única saída será esta Cooperação Simbiótica entre os homens.
Toda a Reconstrução da vida na face da Terra está sendo lastreada nela. Um único padrão monetário, que é a do real valor de cada um perante a sociedade em que vive. Valor este que nasce de seus naturais talentos, e não de uma imposição social externa para satisfazer o ego mortal do egoísmo e das paixões separatistas, escravas de um sistema competitivo, onde a criança, desde cedo, já aprende a ter que ser melhor que o seu colega de classe para que possa ser aprovada naquele ambiente, preferencialmente com nota máxima. E assim cresce… alimentada pela necessidade de aprovação material e psíquica, ao preço das frustrações matam, lentamente, o seu Eu supremo, seu deus interior. E assim cria-se um mundo de doentes, deformados psíquicos que não são o que são, mas o que lhe impuseram que fossem. Vazios, com fome de ser, alimentando o vampirismo social da busca doentia da matéria pela matéria; apenas.
Um novo mundo já está aí. Visível somente para alguns poucos conectados. Isto é, que já começaram a viver de acordo com as Leis da Natureza e do Universo, do qual as mesmas se derivam, senão, sendo uma coisa só.
Se você se sente doente, diferente, fora de contexto e acha esta vida impraticável… é porque estamos vivendo em um sistema carcomido, ultrapassado e que não mais faz sentido para a vida humana na Terra nos dias de hoje; onde, a consciência humana atravessou um plano espiral histórico de existência baseado na dor, no suor, no trabalho como sofrimento… para outro, baseado na cooperação simbiótica, no Amor, no cuidado para com o planeta, na conexão com o Todo, na suavidade, na docilidade das comunicações, na união da diversidade compondo o Uno dos Versos… o Universo.
O Universo é mental e, como tal, também o somos, como os elos mentais vivos da corrente de vida universal. Viver na mente não é viver “no mundo dos sonhos” como podem pensar alguns, pois sonhos estão mais para almas. Viver na mente é viver no mundo real e verdadeiro. É viver num mundo melhor, muito melhor do que este que foi criado no passado e que ainda insiste em existir, tendo já morrido por estar desgastado; onde nada mais funciona. É o mundo moribundo, dando seus últimos suspiros. Para o desespero dos opressores que pisam nos oprimidos.
A vida está em sentir e viver esta conexão diariamente com tudo e com todos.
O futuro está aqui… DENTRO, esperando para sair… de você.
REFERÊNCIA
DOMICIANI, L. P. Que é Eubiose? Revista Dhâranâ, 5 e 6. Nov/1954 a Fev/1955.
Kenio Nogueira
Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Eubiose desde 1995. É engº químico, pós-graduado especialista em dança, escritor, poeta, acadêmico do curso de Letras e membro da Associação das Letras de Joinville.

“Nossos textos representam, exclusivamente, as ideias e opiniões dos idealizadores da Poliética”.